No mês de Novembro Tsangano Agrifarms, uma empresa da província de Tete recebeu financiamento do banco BCI no âmbito da linha de crédito BCI SUPER implementada em parceria com a UNIDO e a FUNAE com financiamento do Global Environment Facility (GEF)
Tsangano Agrifarms é uma empresa de produção agrícola, agropecuária e Agro-Processamento, proprietária de 101 Hectares de terras na província de Tete, Distrito de Tsangano, na localidade de Chinvano.
Actualmente o projecto está envolvido na produção, transformação e comercialização de produtos agrícolas de qualidade utilizando as mais modernas tecnologias e processos de produção disponíveis no distrito e a nível do país.
Tal como outras práticas agrícolas em Moçambique, as actividades agropecuárias de Tsangano dependem da crescente diminuição dos recursos hídricos dos rios próximos e das épocas chuvosas para irrigar as explorações agrícolas e para a criação de aves de capoeira e de animais.
"Devido às alterações climáticas, não temos água em abundância para consumo próprio e para irrigação dos nossos campos. Temos um rio próximo, o Rio Nhacuawa, que corre apenas na época chuvosa e cujo caudal de água tende a diminuir nos meses de Abril e Maio" -Lamentou trabalhador do Tsangano Agrifarms
Para não suspender as actividades agrícolas por falta de água, a empresa recorreu à bombagem de água do rio Liveranje, que fica a distância de 1,8 km. No entanto, isto envolve muitas despesas no que diz respeito à aquisição de motobombas e tubagem de grandes capacidades de água, o que a torna mais cara para o seu nível de produção.
"Apesar de o rio Liveranje fornecer água durante períodos mais longos em comparação com outros rios, é difícil praticar agricultura nas margens do rio devido às encostas íngremes. Além disso, o rio é propenso à erosão do solo nas suas margens como resultado de actividades agrícolas intensivas" - informou trabalhador do Tsangano Agrifarms
Com o apoio financeiro da linha de crédito BCI SUPER Tsangano Agrifarms pretende utilizar o sistema fotovoltaico para aproveitar a energia do sol para bombear água para irrigar culturas, alimentar máquinas e equipamentos agrícolas, fornecer luz, calor e ventilação a edifícios agrícolas, palheiros, pocilgas, gado e energia para refrigeração na fábrica de processamento hortícola e congelação na câmara do matadouro. Irrefutavelmente, os custos de funcionamento das explorações agrícolas e hortícolas irão diminuir bastante em comparação com o equipamento alimentado por combustíveis fósseis que está actualmente a ser utilizado.
"A estratégia solar irá ajudar-nos a aumentar a eficiência e a auto-suficiência. A tecnologia solar irá oferecer-nos uma oportunidade de estabilizar os nossos custos energéticos. Algumas estratégias solares envolvem um investimento inicial, mas quando esses custos são recuperados, a energia é gratuita". Informou o Director executivo da empresa
Além disso, os sistemas fotovoltaicos também requerem menos manutenção em comparação com as fontes tradicionais de energia agrícola e são muito eficientes. Os viveiros de estufas, por exemplo, permitirão que as culturas cresçam durante todo o ano. Os painéis fotovoltaicos também serão capazes de secar culturas mais rapidamente e de forma mais consistente em comparação com outros métodos.
O sistema fotovoltaico Tsangano Agrifarms com financiamento da linha de crédito BCI SUPER permitirá a produção de culturas ao longo de todo o ano, moendo milho beneficiando 250 famílias (equivalente a 600-800kg de farinha por dia), e aumentando a produção de aves de capoeira e suinicultura dos actuais 79 para 600.